sábado, 18 de dezembro de 2010

Natal

Natal, tempo de alegrias?
Natal, tempo de festejar?
Natal, tempo de paz e amor?
Ou Natal, tempo de incertezas?
Não sei.
Para mim, o natal nunca foi exatamente uma comemoração à qual eu desse a maior das importâncias. Certamente, porque aprendi com meu pai que o natal, atualmente, é puro comércio. Perdeu todo o seu significado.
Meu pai achava que não é preciso ser natal ou aniversário para se dar presente, presente a gente dá quando pode e tem vontade, independente da data.
Eu gostava, admito, quando a família se reunia na casa da minha avó, tipica reunião de italianos, com muita comida e conversas altas. E com meus primos de São Paulo, com quem eu gostava muito de encontrar.
Mas era só isto. Muitas vezes, nem isto. E não morri por causa disto.
Casei, vieram os filhos. E, mesmo sem dar tanta importância assim à festa, nos últimos 25 anos, procurei ao menos fingir que a dava. Por eles. E pela mãe deles.
Hoje, porém, as circunstâncias são outras. Os filhos cresceram. Eu não moro mais lá com eles. Existe razão para fingir?
Creio que não. Creio que é o momento de ter o MEU momento. Sem hipocrisia. Sem tentar agradar a ninguém. Mas em paz comigo mesmo.
Talvez o natal não seja mais tão importante para os meus filhos, também, como sempre foi. Afinal, eles cresceram. Certamente não acreditam mais em Papai Noel, e já há muitos anos sabem que era eu que me fantasiava. Talvez já nos últimos anos, a mãe deles tenha exagerado na importância, apenas, numa tentativa de manter o "Status Quo". Talvez seja hora de vôo solo, para todos nós.
Não sei se é isto, ou se não é. E não sei se quero saber.
Natal, tempo de alegrias? Tomara que seja! Se não for, tudo bem. Eu estou preparado.
Natal, tempo de festejar? Festejar, festeja-se. Para festas não são obrigatórios os motivos.
Natal, tempo de paz e amor? Bem, ao menos da minha parte, não vou me fechar para nada e para ninguém. Mas também não vou implorar migalhas.
Ou Natal, tempo de incertezas? Com certeza.
Mas a vida continua. E, se o natal é incerto, no Ano Novo, vida nova. Ainda que a "vida nova" já tenha começado há alguns meses.
De resto, a todos os meus leitores, eu desejo que não se deixem contaminar pelas minhas incertezas e melancolia, que tenham um maravilhoso natal e um excelente ano de 2011.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Decisão polêmica, mas acertada

Sei que é notícia já velha, pois a resolução foi publicada na quinta, dia 28.

A ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária publicou uma resolução onde torna os medicamentos antibióticos sujeitos a controle especial. A medida entra em vigor no dia 28 de novembro, 30 dias após sua publicação. E tem meu total apoio.

Há alguns anos, foi encaminhado ao Congresso Nacional um projeto de lei que reformulava totalmente o funcionamento das chamadas farmácias públicas, os estabelecimentos de venda de medicamentos que todos nós conhecemos. De acordo com a proposta, estas passariam a ser estabelecimentos dedicados muito mais à preservação e recuperação da saúde do que ao lucro puro e simples. Claro, este projeto não foi aprovado. Sequer sei se foi votado. Mas aos poucos, a Agência está implementando, através de resoluções, cada uma de suas propostas.

Esta mais recente, tem seus aspectos positivos, embora possua problemas que certamente serão apresentados como argumentos contra. O primeiro e mais importante aspecto positivo, ao meu ver, é o dificultar a auto-medicação. Outro aspecto importante é que os antibióticos passem a ser utilizados quando de fato necessários, e não como primeira (e, na maioria das vezes errada) escolha em qualquer tratamento. Além disto, diminui-se o risco de resistência de bactérias a antibióticos por conta de utilizações indevidas.

Claro, existe o problema da dificuldade de acesso a médicos de boa parte da população. A resposta correta a este problema é a ampliação dos serviços de saúde pública, e não a auto-medicação. Talvez seja mesmo, infelizmente, necessária uma crise, para que as nossas autoridades tomem consciência de que programas efetivos de saúde são uma necessidade real, e não apenas um bom tema para promessas eleitoreiras.

Ainda acho que existe muita coisa a ser feita. Na minha opinião, todos os medicamentos sujeitos a prescrição médica deveriam ser controlados, de modo que não fosse possível serem vendidos indiscriminadamente. O fracionamento deveria ser obrigatório, e não opcional, como foi tentado há algum tempo e não deu certo.

Explicando: fracionamento é quando o médico prescreve um tratamento por um determinado número de dias e, no momento do paciente comprar o remédio, o profissional da farmácia separa em um frasco exatamente a quantidade prescrita pelo médico. Sem sobrar ou faltar. Hoje, no Brasil, os medicamentos são vendidos em caixas lacradas, com uma quantidade que nunca é adequada ao tratamento correto. Geralmente falta o necessário para um ou dois dias, obrigando à compra de uma segunda caixa, com consequente sobra e, claro, provável utilização posterior incorreta. Ou um subtratamento, que só vai contribuir para aumentar a resistência bacteriana, no caso dos antibióticos.

Em diversos países do mundo, isto não existe mais. É vendida a quantidade prescrita, usualmente a adequada para o correto tratamento. Sem perdas para a saúde ou perda de dinheiro para o paciente. Apenas com menor lucro para a indústria farmacêutica. Mas ainda assim, não sendo uma redução que a vai matar. E, mais importante, funciona, sendo desta maneira.

Hoje caminhamos um pouco mais para uma situação mais adequada, em termos de tratamento de inecções. Ainda falta muito. Mas esta medida me torna um pouco mais otimista.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Blog Action Day: Água, questão de cidadania

A água é uma das substâncias mais abundantes em nosso planeta. Mais de 60% da superfície terrestre encontra-se coberta por água. No entanto, menos de 3% deste volume é de água doce e, para piorar, esta está concentrada em geleiras (geleiras polares e neves das montanhas), de modo que a porcentagem de água doce disponível para as atividades humanas é ínfima.
A água é, também, imprescindível à sobrevivência de todos nós, animais, plantas e animais que se acham melhores que os ditos "irracionais". Embora as variações individuais sejam grandes, e outros fatores devam ser considerados, estima-se que uma pessoa possa sobreviver a até oito semanas sem comida, a depender de seu grau anterior de desnutrição. Entretanto, mesmo os seres humanos mais saudáveis seriam incapazes de sobreviver mais de uma semana sem água.
Junte-se a este fato a informação de que apenas 9% da água potável disponível destina-se ao consumo humano direto, sendo cerca de 69% destinada para a agricultura e 22% para as indústrias, e temos um grande problema, que fica ainda maior se levamos em conta a poluição.
Segundo a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), menos da metade da população mundial tem acesso à água potável. Um bilhão e 200 milhões de pessoas (35% da população mundial) não têm acesso a água tratada. Um bilhão e 800 milhões de pessoas (43% da população mundial) não contam com serviços adequados de saneamento básico. Diante desses dados, temos a triste constatação de que dez milhões de pessoas morrem anualmente em decorrência de doenças intestinais transmitidas pela água.
Em regiões onde a situação de falta d'água já atinge índices críticos de disponibilidade, como nos países
do Continente Africano, onde a média de consumo de água por pessoa é de dez a quinze litros/pessoa. Já em Nova York, há um consumo exagerado de água doce tratada e potável, onde um cidadão chega a gastar dois mil litros/dia.
A poluição altera as propriedades físico-químicas da água, encarecendo ou, muitas vezes, inviabilizando seu tratamento.
De acordo com os números apresentados pela ONU - Organização das Nações Unidas - fica claro que controlar o uso da água significa deter poder. Cite-se como exemplo o controle do Rio Jordão, uma das questões que está por trás da disputa dos territórios da Faixa de Gaza.
O Brasil é um país privilegiado com relação à disponibilidade de água, com 53% do manancial de água doce disponível na América do Sul e perfil climático climas que proporciona elevados índices pluviométricos. No entanto, mesmo com grande disponibilidade de recursos hídricos, o país sofre com a escassez de água potável em alguns lugares. A água doce disponível em território brasileiro está irregularmente distribuída: aproximadamente, 72% dos mananciais estão presentes na região amazônica, restando 27% na região Centro-Sul e apenas 1% na região Nordeste do país.
Somando-se todos estes fatores, é fácil concluirmos que o consumo consciente e responsável de água, bem como o estabelecimento de políticas que permitam o acesso de parcelas maiores da população à água potável e tratada, são essenciais para a redução de importantes fatores de doenças populacionais, o que diminuiria violentamente os custos com saúde pública. Além de garantir que as gerações futuras possam ter, também, condições de sobrevivência. Assim, por menor que seja o gesto que cada um de nós pratique, ja é um ato de cidadania.
As possíveis atitudes para reduzir o desperdício de água são bem conhecidas de todos, mas não custa serem relembradas:
- Melhor armazenamento e aproveitamento das águas da chuva;
- Fechar a torneira enquanto escovamos os dentes ou nos ensaboamos, no banho;
- Reciclar papel: Sua produção consome muito mais água que sua reciclagem;
- Consertar vazamentos e torneiras pingando;
- Reduzir o desperdício doméstico de água potável e o consumo individual;
- Procurar utilizar detergentes e produtos de limpeza que diminuam a poluição do meio ambiente (biodegradáveis);
- Evitar o despejo de óleo no sistema de esgotos: o óleo de cozinha tem grande capacidade poluente, e pode ser reciclado.
Não são medidas impossíveis de cada um de nós tomar. E, cada um fazendo sua parte, na soma dos esforços teremos uma economia capaz de garantir que este recurso não se esgote em tão pouco tempo.




quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Campanha Irritoral!

Domingo passado houve debate entre os candidatos à presidência, na TV Record.
Eu me recusei conscientemente a assistir. E, pelos comentários que acompanhei através do Twitter, sei que não perdi nada. Nem mesmo o meu tempo.
Apesar de me considerar anarquista, não prego e nem pratico o voto nulo. Acredito que não é esta a forma de se contruir o anarquismo, e não tenho a esperança de que o anarquismo seja possível a curto e médio prazo.
Mas a campanha eleitoral deste ano está deprimente.
O único debate que assisti foi o primeiro, na Bandeirantes. E achei ridículo, sinceramente. Uma falsa troca de gentilezas, propostas que dificilmente serão cumpridas, promessas falsas de mil maravilhas.
De todos os candidatos, apenas 4 são chamados para o debate, os outros nem mesmo chance de sonhar tem.
Entre Serra e Dilma, não importando a ordem em que se leia, fica a escolha entre o ruim e o pior.
A Marina pareceria uma boa opção, ao menos para uma tentativa de fortalecer o Partido Verde, tentando diminuir um pouco o bipartidarismo de fato que existe no país. Mas a impressão que ela tem transmitido é a de que apenas quer garantir espaço para negociar um cargo no futuro governo, especialmente se este for novamente do PT.
O Plínio já foi um candidato de quem eu ouvi - num passado distante - boas propostas, e em quem cheguei a acreditar. Atualmente, parece estar apenas atirando para todos os lados, contaminado talvez pelo ódio generalizado que o partido parece espalhar.
Quanto aos candidatos a governador, ao menos no estado de São Paulo, nem dá para querer comentar. Não é a toa que o Alckmin aparece disparado - total falta de opção, total falta de propostas.
No Legislativo, o circo está armado de vez. E, apesar de todos os alertas, de todos os avisos sobre o perigo de votar em quem se vê, com certeza o mais votado vai ser mesmo o palhaço...
Sinceramente, considero que este é o pior ano eleitoral que me lembro de ter visto, ao menos desde o fim da ditadura militar.
E, para a minha tristeza, o voto facultativo é apenas um sonho distante...


terça-feira, 21 de setembro de 2010

E nasce o Reflexões. De novo...

Se eu não tivesse interrompido a publicação, hoje o Reflexões estaria quase completando quatro anos.
Mas eu precisei, infelizmente, interromper. E, por muito tempo, cheguei a pensar que nunca mais o retomaria. Ao ponto de, em um momento de certo desespero e loucura, ter apagado todo o conteúdo que eu tinha publicado anteriormente.
Se foi besteira minha? Claro que foi! Se me arrependi? Amargamente!
Mas lembrando do que dizia o Cazuza, o tempo não para. E ficar chorando pelo que eu fiz, não vai trazer de volta os arquivos.
Sendo assim, o melhor que eu posso fazer é fazer de conta que o Reflexões está nascendo neste exato instante. Numa data que, para mim, é muito especial, por conta do antigo Reflexões.  Mas,apesar de todas as alegrias que ele me deu, não vale a pena viver do passado. Então vou pensar daqui para a frente, e não mais no que aconteceu há mais de um ano atrás.
Claro, algumas das ideias que eu já tinha para o blog na época, podem ser aproveitadas, e eu pretendo que sejam, com o passar do tempo. O template dele é diferente do que era, já que os templates antigos não suportam as novas implementações do Blogger. E este template ainda não é o definitivo. Mas não vou adiantar as coisas que penso em mudar. Vou esperar para fazer aos poucos, testando direito cada mudança, para evitar dores de cabeça desnecessárias.
E, enquanto as mudanças não ocorrem, eu vou postando, mais ou menos no mesmo estilo anterior, com meus pontos de vista sobre o mundo, as coisas que acontecem no mundo, sobre o que rola em outros blogs que eu considero parceiros, eventualmente alguns contos...
Ou seja, o Reflexões nasce, ou renasce, hoje. Com cara nova, com planos novos e a vontade de crescer muito. Mas com o mesmo estilo de antes.
Se não fez falta para mais ninguém, ao menos para mim fez. E muita!
Aos antigos leitores, é um prazer tê-los aqui novamente. Aos novos, entrem e fiquem à vontade, a casa é sua. A todos os leitores, meus agradecimentos pela visita.
E um grande abraço!