segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Nós temos o poder!

O tema do Blog Action Day 2012 é "The Power of We". O Poder de Nós. Um tema interessante de se tratar, muitas vezes ouvimos falar que "a união faz a força", "espírito de equipe", e tantas coisas assim.
E, em tempo de eleições no Brasil, vejo como oportuno unir os dois temas.
É normal, e estamos acostumados demais a ver, no Brasil, as pessoas criticarem "o governo", ou "os políticos", dizerem que não se interessam pelo assunto, que só votam por serem obrigados, e tantas coisas assim.
A má notícia porém é que, se os políticos são ruins, a culpa é totalmente nossa. Sem ter para onde fugirmos. E, mais ainda, o único modo de consertar isto pssa totalmente pelas nossas mãos.
Vamos tomar um primeiro exemplo, a "lei da ficha limpa", que passou a valer de fato para as eleições deste ano - e que nem deveria precisar existir.
Esta lei, que prevê a inelgibilidade de candidatos que tiverem o mandato cassado, renunciarem para evitar a cassação ou forem condenados por decisão de órgão colegiado, mesmo que ainda exista a possibilidade de recursos, nasceu de um projeto de iniciativa popular com coisa em torno de um milhão e trezentas mil assinaturas. Um "Nós" bastante significativo, portanto.
Não era um tema que agradasse a boa parte dos congressistas eleitos, e sofreu críticas e tentativas de boicote. Mas novamente a pressão popular se fez sentir, e influenciou a votação: todas as emendas que a "amenizavam" foram rejeitadas na Câmara dos Deputados, e foi aprovada por unanimidade no Senado Federal. Durante a votação do projeto na Câmara, o Avaaz registrou 2 milhões de assinatura em sua petição on-line, solicitando ao deputados a aprovação do mesmo.
Estes fatos demonstram que temos força. Basta que queiramos usá-la.
E, como eu disse, a lei da ficha limpa nem deveria precisar existir, se usássemos esta força que temos. Se fiscalizássemos aqueles que escolhemos como representantes, de modo que eles de fato nos representassem. Se muitos de nós não esquecessem em quem votaram para os cargos legislativos, e todos tivéssemos o hábito de fiscalizar os eleitos, exigir o cumprimento de suas promessas, mandar e-mails de vez em quando para mostrar que estamos atentos, esses senhores eleitos pensariam melhor e, possivelmente, levariam as nossas vontades um pouco mais em conta.
Se, ao votar, todos nós déssemos uma olhada em sites como o Transparência Brasil, antes da eleição, poderíamos simplesmente não votar naqueles que não fazem por merecer a nossa confiança, qual o "ficha-suja" que seria eleito?
Podemos moralizar o país? Sim, podemos! É fácil? De modo algum! Exige trabalho, exige dedicação, exige fiscalização e exige boa vontade.
Qual é a alternativa? Simples: Se não tomarmos consciência de nosso poder como cidadãos, se não tomarmos parte e desempenharmos nosso papel, se não fiscalizarmos nossos representantes, não é impossível que, na calada da noite, a "ficha limpa" se torne letra morta, ou até mesmo lei revogada. E, neste caso, nem todos os Joaquim Barbosas do mundo irão dar conta de consertar os rumos do Brasil.


terça-feira, 2 de outubro de 2012

Na balada...



-        Oi, tudo bem?
-        Tudo!
-        Vem sempre aqui?
-        Às vezes. Quando quero relaxar...
-        Eu venho sempre, mas nunca te vi...
-        Tudo bem, não vou ficar chateada por isto...
-        Posso te oferecer uma bebida?
-        Já estou bebendo...
-        Verdade, que bobeira, a minha... Mas ofereço a próxima, pode ser?
-        Talvez...
-        Você é muito bonita!
-        Obrigada!
-        Qual é o seu signo?
-        Peixes.
-        Ah! Sensível, delicada e introspectiva! Parece combinar com você... Eu sou um touro!
-        Apenas no signo, né?
-        Boa piada... No signo, com certeza. Mas sem ser no signo, no dia-a-dia, também. Acredito que a minha profissão ajude muito...
-        Faz o que?
-        Sou personal trainer, professor de dança e modelo em eventos.
-        Com esse físico? Difícil de acreditar...
-        Ah, eu posso te mostrar, se quiser...
-        Obrigada, mas acho que não...
-        E você, faz o que?
-        Sou artista plástica.
-        Dá para viver disso?
-        Mais ou menos. Tenho a minha dificuldade, mas prostituo a minha arte por dinheiro.
-        Se prostitui com arte? O que você faz de artístico?
-        Prostituo a minha arte, e não o meu corpo. Faço trabalhos artísticos por dinheiro. Aceito encomendas. Apenas isto, sem desvios de assunto.
-        Mas não rola? Ao menos um beijo?
-        Pode rolar. Com alguém que me interesse...
-        E eu, interesso.
-        Em termos. Artisticamente, sim. Para o que você está querendo, não rola. Eu não sou zumbi, mas faço bastante questão de que exista outro cérebro, além do meu, em qualquer relacionamento.
-        Como assim, te interesso artisticamente?
-        Eu poderia usá-lo como modelo, talvez...
-        Como modelo? Mas você mesma duvidou de eu trabalhar como modelo.
-        Duvidei e continuo a duvidar. Mas eu usaria como modelo de um idiota machista e de conversa furada. Fui!

(Inspirado em uma frase da Pâmela Martini no Facebook)